Como sempre escrevo, às vezes
o comentário planejado é atropelado (sem segundas intenções) por fatos do dia a
dia.
Infra estrutura do nosso dia a
dia é coisa que vemos e sentimos ao nos deslocarmos de casa para o trabalho,
para a escola, ao supermercado ou mesmo em nosso lazer.
Ontem e hoje me surpreendi com
a violência dos atropelamentos e da morte do triatleta e dentista Pedro Nikolay
Vargas e o atropelamento do triatleta Alberto da Silveira Júnior (este
felizmente só teve uma fratura na perna).
A empatia que sinto por estes
atletas é enorme e, para quem não sabe, eu nos anos 80 e 90 fui atleta ávido,
tendo corrido maratonas e fui ciclista federado de 1989 a 1993, tendo competido
em provas de mountain bike.
Treinar no Rio, desde aquela
época, era uma epopeia. Aparentemente, ainda é. Quem treina para competições de
ciclismo, tem que dormir cedo e acordar cedo, pois você tem que treinar na rua.
Ciclovia é para deslocamento e lazer. Treinos de bicicleta se dão a mais de 30
Km por hora e só na rua você consegue desenvolver velocidades altas. Ou seja,
só de madrugada você consegue fazer isto, e tem que competir com bêbados e
drogados que cruzam tua frente, motoristas irresponsáveis de toda espécie,
entre outras coisas.
Já sofri vários acidentes de
toda espécie, com arranhões, pontos e fraturas por todo o corpo. E a maior
parte deles foram causados por terceiros. Pedestres e motoristas não têm a
mínima ideia do que é se equilibrar a 40 Km/h em duas rodas, sendo que o
“motor” das duas rodas são suas pernas.
Mas os casos acima relatados,
causados por ônibus são um absurdo. Na reportagem do Globo de 1/05 fala de uma
estatística macabra. Um ônibus é multado a cada 2 minutos e meio no Rio de
Janeiro e eu me pergunto: Como é que é?
Vocês já tentaram fazer
vistoria de seu carro com alguma multa pendente? Não consegue. Como os ônibus
fazem vistoria com este bolo de multa? Ou não fazem?
Se você acumula 20 pontos na
carteira, tem a carteira suspensa. E os motoristas dos ônibus têm as carteiras
suspensas?
Li agora na internet que a
Prefeitura do Rio vai obrigar a que a Rio ônibus faça uma reciclagem nos
motoristas do Rio. Sim, isto é bom. Mas, e a diretoria da Rio Ônibus também vai
fazer uma reciclagem? Principalmente para cumprir a lei, pagando multas,
fazendo as vistorias nos ônibus, entre outras coisas? Porque pelo que temos
visto nos últimos acidentes, os ônibus não têm as multas pagas, não fazem
vistoria, tem motorista comprando droga para pilotar ônibus, entre outras
coisas.
Está na hora de dar um basta e
se a opção, pelo que parece, é ter uma cidade transportada por ônibus, que
tenhamos um sistema de ônibus decente, contendo:
- ônibus que seja ônibus, e não caminhão travestido de ônibus;
- ônibus com ar condicionado – no Rio não é luxo, é problema de salubridade; se você trabalha em um local que faz mais de 40 graus, pode denunciar no Ministério do Trabalho que a empresa é multada e tem que assinar um TAC (termo de ajustamento de conduta); e nos ônibus não existe salubridade?
- ônibus com limitador de velocidade – existem vários dispositivos no mercado;
- ônibus com GPS – entre outras coisas, terceiros podem controlar o trajeto, a velocidade e, podemos ter ônibus com horário e com indicador de tempo nos pontos, a exemplo de Londres;
- o GPS nos ônibus também permitem a instalação em celulares e tablets de aplicativos que te indicam por onde anda o ônibus que você quer pegar, Londres, de novo, é o exemplo.
Em tempo: Não ando de ônibus no Rio, porque não têm
horário, andam que nem doidos, e não têm ar condicionado. Em qualquer outra
cidade do mundo, eu ando de ônibus e metrô. Tenho cartões de transporte de
várias cidades e a primeira coisa que faço quando chego em alguma delas, dou
uma recarregada neles, pois eles não têm prazo de validade. Usar transporte
público em qualquer lugar do mundo é coisa normal por qualquer cidadão, e de
qualquer classe social. Aqui é impossível
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