quinta-feira, 2 de maio de 2013

ESPORTE X TRÂNSITO

Como sempre escrevo, às vezes o comentário planejado é atropelado (sem segundas intenções) por fatos do dia a dia.
Infra estrutura do nosso dia a dia é coisa que vemos e sentimos ao nos deslocarmos de casa para o trabalho, para a escola, ao supermercado ou mesmo em nosso lazer.
Ontem e hoje me surpreendi com a violência dos atropelamentos e da morte do triatleta e dentista Pedro Nikolay Vargas e o atropelamento do triatleta Alberto da Silveira Júnior (este felizmente só teve uma fratura na perna).
A empatia que sinto por estes atletas é enorme e, para quem não sabe, eu nos anos 80 e 90 fui atleta ávido, tendo corrido maratonas e fui ciclista federado de 1989 a 1993, tendo competido em provas de mountain bike.
Treinar no Rio, desde aquela época, era uma epopeia. Aparentemente, ainda é. Quem treina para competições de ciclismo, tem que dormir cedo e acordar cedo, pois você tem que treinar na rua. Ciclovia é para deslocamento e lazer. Treinos de bicicleta se dão a mais de 30 Km por hora e só na rua você consegue desenvolver velocidades altas. Ou seja, só de madrugada você consegue fazer isto, e tem que competir com bêbados e drogados que cruzam tua frente, motoristas irresponsáveis de toda espécie, entre outras coisas.
Já sofri vários acidentes de toda espécie, com arranhões, pontos e fraturas por todo o corpo. E a maior parte deles foram causados por terceiros. Pedestres e motoristas não têm a mínima ideia do que é se equilibrar a 40 Km/h em duas rodas, sendo que o “motor” das duas rodas são suas pernas.
Mas os casos acima relatados, causados por ônibus são um absurdo. Na reportagem do Globo de 1/05 fala de uma estatística macabra. Um ônibus é multado a cada 2 minutos e meio no Rio de Janeiro e eu me pergunto: Como é que é?
Vocês já tentaram fazer vistoria de seu carro com alguma multa pendente? Não consegue. Como os ônibus fazem vistoria com este bolo de multa? Ou não fazem?
Se você acumula 20 pontos na carteira, tem a carteira suspensa. E os motoristas dos ônibus têm as carteiras suspensas?
Li agora na internet que a Prefeitura do Rio vai obrigar a que a Rio ônibus faça uma reciclagem nos motoristas do Rio. Sim, isto é bom. Mas, e a diretoria da Rio Ônibus também vai fazer uma reciclagem? Principalmente para cumprir a lei, pagando multas, fazendo as vistorias nos ônibus, entre outras coisas? Porque pelo que temos visto nos últimos acidentes, os ônibus não têm as multas pagas, não fazem vistoria, tem motorista comprando droga para pilotar ônibus, entre outras coisas.
Está na hora de dar um basta e se a opção, pelo que parece, é ter uma cidade transportada por ônibus, que tenhamos um sistema de ônibus decente, contendo:
  •       ônibus que seja ônibus, e não caminhão travestido de ônibus;
  •    ônibus com ar condicionado – no Rio não é luxo, é problema de salubridade; se você trabalha em um local que faz mais de 40 graus, pode denunciar no Ministério do Trabalho que a empresa é multada e tem que assinar um TAC (termo de ajustamento de conduta); e nos ônibus não existe salubridade?
  •    ônibus com limitador de velocidade – existem vários dispositivos no mercado;
  •     ônibus com GPS – entre outras coisas, terceiros podem controlar o trajeto, a velocidade e, podemos ter ônibus com horário e com indicador de tempo nos pontos, a exemplo de Londres;
  •    o GPS nos ônibus também permitem a instalação em celulares e tablets de aplicativos que te indicam por onde anda o ônibus que você quer pegar, Londres, de novo, é o exemplo.
E, vamos com a nossa lenga lenga de sempre. Pagamos impostos, e que não são baratos. Por onde anda o retorno deles? Está na hora da Prefeitura dar um basta e começar a moralizar a coisa, para que tenhamos transportes de massa decentes.
Em tempo: Não ando de ônibus no Rio, porque não têm horário, andam que nem doidos, e não têm ar condicionado. Em qualquer outra cidade do mundo, eu ando de ônibus e metrô. Tenho cartões de transporte de várias cidades e a primeira coisa que faço quando chego em alguma delas, dou uma recarregada neles, pois eles não têm prazo de validade. Usar transporte público em qualquer lugar do mundo é coisa normal por qualquer cidadão, e de qualquer classe social. Aqui é impossível 

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