Vocês devem ter estranhado
este meu silêncio de quase 3 meses. Mas tem explicação, uma revolta de
eletroeletrônicos, culminando com o meu Mac dando uma pane, por conta de umas
bobeiras de uma autorizada. Foi trocar o teclado (o zero não funcionava, e pra
quem é planilheiro ...) e morreu a tela. Ou seja, fui trocar o pneu e quebraram
o para brisa e o painel. Fora que pifaram quase ao mesmo tempo fogão,
geladeira,e outros eletrodomésticos caseiros e isto toma tempo e cansa.
Enfim, estou de volta, e como
tive umas férias meio forçadas, antes de retomar ao tema da zorra em nossas
calçadas, fiquei observando nestes tempos umas coisas que não param de me
encucar e acho que vocês também. E são coisas que não têm respostas, mas que
usam ou lidam com o dindim de nossos impostos. Vamos lá:
1 – Engenhão – o tema me é caro, porque, para quem não sabe, sou
botafoguense (desde 1957). Cai não cai, e até agora não caiu nem começaram as
obras. O que é realidade? E sem explicações nem início de obras, proliferam as
lendas urbanas. Aliás, se era a cobertura que ia cair, interditava o bicho
cerca de um mês, tirava a cobertura e usava-se o estádio sem cobertura. E aí
tinha-se todo o tempo do mundo para encontrar uma solução para a cobertura,
enquanto o clube usava o estádio e não tomava um prejuízo de mais de R$ 30
milhões por ano, segundo o presidente do clube. Estranho as obras não terem
começado e o clube calado.
2 – Hotel das Paineiras – outro tema caro, pois desde 1982 corro e
peda;lo por ali, nos fins de semana. Finalmente resolveram reformar o Hotel.
Hoje a área é administrada pela União, através do ICM-Bio, que comanda o
processo de reforma do Hotel. Aí, vem o INEA, órgão estadual de meio ambiente,
e embarga o treco. Minha opinião é: “choque de vaidade” e enquanto não rola um
“pedido de desculpas entre vaidosos”, o treco tá parado. É isto mesmo, ou é só
uma minha impressão? Pelo que li nos jornais...
3 – Hotel Nacional – Está lá abandonado e tinha sido feito um leilão do
bicho, com um grupo de Goiás tendo sido o ganhador. Como está a coisa, pois a
qualquer hora, aquilo ali desaba, tal o estado de abandono. Quem era
responsável pelo leilão era a SUSEP, pois o Hotel fazia parte do espólio do Papatudo
(lembram do Papatudo?), que era controlado pela SUSEP - Superintendência de
Seguros Privados, regulador do mercado segurador e de capitalização, pois o
Papatudo era um título de capitalização. Dona SUSEP vamos falar?
4 - VLT
– VLT é o veículo leve sobre trilhos, uma versão moderna do antigo bonde, e
usado em diversos locais do mundo há bastante tempo, locais como Paris, Nice,
Viena, etc. Aqui no Rio será usado no Centro da cidade e deverá facilitar a
circulação no local, desde que racionalizem-se os traçados das linhas de
ônibus. Com o VLT funcionando totalmente, por volta de 2016, espero ver a área
do Castelo e da Beira Mar devolvida a população e não um mega estacionamento de
ônibus (inclusive intermunicipais) como é hoje. Mas existe uma perguntinha: a ligação
Porto – Terminais Rodoviários – Santos Dumont será realmente feita,
integrando-se todos os modais? Já vi um bolo de mapas do VLT e a coisa não está
bem clara. Fica claro que ele visa melhorar a circulação, principalmente na
nova área do porto. Mas e a integração dos modais, coisa meio maluca aqui no
Rio?
5 – Metrô Linha 4 – Escrevo linha 4 para caracterizar, mas é linha 1
estendida mesmo. Até no Hotel das Paineiras, acima citado, tem uma placa no
local com a concepção arquitetônica de como a reforma vai ficar. É feio (minha
opinião, e parece muito com aquele monstrengo de hotel na entrada da Barra),
mas está lá, para críticas e elogios. Até agora não sabemos exatamente onde
ficará a estação Gávea, se a mesma já via ser construída com a previsão de conexão
com as linhas para Centro e Botafogo. Economizaria custos e grana de nossos
impostos. Idem, gostaríamos de saber como vai ser e onde vai ficar exatamente a
estação Jardim Oceânico, como vão ficar os acessos, onde vão ficar
estacionamentos e se vai ter um VLT (por que não?) ligando a estação ao
terminal Alvorada. Chega de ônibus fazendo isto, não é Governador e
Prefeito? Dava para apresentar os
projetos? Aliás o pessoal de Ipanema brigou pela apresentação de como ficariam
os acessos na General Osório e parece que conseguiram. Dava para fazer o mesmo
com o povo pagador de imposto da Barra e da Gávea? E esclarecerem as dúvidas?
6 – Minhocão do Pita – Esta é pra paulista. Já tem tempo, lá por volta
de 2004, e eu tinha um cliente no Belenzinho. Saía da Paulista e ia para a
fábrica do cliente e passava por umas construções de uma coisa que parecia um
viaduto, mas os taxistas que me levavam para o Belenzinho diziam que era um
metrô tipo ônibus e chamavam de “minhocão do Pita” que era o prefeito que tinha
inventado o treco Saiu? Tá funcionando? Deu em que? Nunca mais ouvi falar e
circulo por São Paulo e não vejo nada parecido.
7 – Asfalto fresado – Aqui no Rio, no início do primeiro mandato do
atual prefeito, rolou uma campanha de mal marketing, o “asfalto liso, eu
gosto”. A Prefeitura gastou nosso dindim pra dizer que nós gostamos de asfalto
liso. É mais do que óbvio. Mas uma coisa, desde aquela época, e já fazem mais
de 4 anos, ficou na minha cabeça. Vão alisar o asfalto, mas antes fresam o
bicho. E demora, demora a colocar o asfalto novo. Semana passada, circulando
pela Barra, vi que a Av. Marechal Henrique Lott estava fresada, com cada
cratera de fazer inveja a um campo de prova e de testes de tanques do exército.
Não entendo como não fresam em um dia e começam a asfaltar no outro. Só se for
para contribuir com a indústria de molas e amortecedores, ou para mostrar que
estão asfaltando. Colocam o bode na sala e depois tiram.
8 – Transporte de carros por cegonhas – Essa deve ser uma tremenda
lenda urbana (ou rodoviária). A coisa é meio pela piada, tipo enterro de anão,
cabeça de bacalhau, etc. Várias pessoas já me disseram que tem uma lei que
proíbe o transporte interestadual de automóveis zero Km, das fábricas para as
revendedoras, por outro meio de transporte que não seja o rodoviário, via as
cegonhas. Eu já até fiz pesquisa na legislação, usando a internet, e não achei
nada. Mas, também, nunca vi trem transportando carro, ou mesmo navio (navegação
de cabotagem). Será mesmo uma lenda urbana ou rodoviária?
9 – Automóvel comprado fora do município de residência – Eu, por
diversas vezes, fui comprar um carro zero Km e vi que em SP, por exemplo, o
preço do veículo era muito mais barato. Aliás, no interior de SP e dependendo
do modelo, a diferença é brutal. Mas não podia, pois eu não tinha comprovante
de residência no município. Ninguém nas revendedoras soube me explicar o
porque. Pombas, isto é reserva de mercado, formação de cartel (e de quadrilha)
etc etc. Eu, pagador de impostos, não posso comprar onde melhor me derem as
condições? Pagando menos? Ou o Estado tem que me tutelar? E onde fica a
concorrência perfeita? E para que servem
o CADE - Conselho Administrativo de Defesa (?) Econômica e a SDE – Secretaria
de Direito Econômico do Ministério da Justiça? Estes dois órgãos vivem com o
dindim dos nossos impostos e deveriam explicar estas coisas.
10 – Lacre nas placas dos automóveis – Esta é para quem mora no Estado
do Rio de Janeiro, já que nunca emplaquei carro fora do Estado. Ligado ao meu
questionamento anterior, há um tempo atrás comprei um carro numa revendedora
fora do município do Rio. Era muito mais barato, cerca de 8% de diferença e
usei o endereço de um amigo. Recentemente, fui fazer a transferência de
município, e teve que trocar a plaqueta do município de origem para o do Rio de
Janeiro. No Detran, na hora de colocar o lacre, a pessoa me alerta para ter
cuidado com o lacre de plástico, principalmente se eu lavasse o carro em lava a
jato, pois o lacre era frágil, e se quebrasse, eu deveria passar pelo custoso
processo de reemplacamento. Êpa, e por que não fazem o lacre mais resistente,
de aço por exemplo? Quem assistiu aula de química, não matando a aula, sabe que
plástico é derivado de carbono e tem prazo de vida útil, envelhece, aliás como
todos nós, enruga, enruga e morre. Ou
fazem de plástico, para quebrar mesmo e arrecadar mais taxas?
Estas são algumas dúvidas que
há muito me assombram (algumas) e vocês devem ter mais algumas do arco da
velha. Mandem, comentem, que eu publico.
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