Prometi que este blog tentaria
ser o mais simples possível, evitando tecnicalidades e complicações maiores.
Também, tentaria colocar posts a cada
15 dias, mas com determinados assuntos acontecendo, vejo que não dá para
segurar.
Mais ainda, aproveito para
esclarecer, que este blog é apolítico, apesar deste escriba ter suas posições
políticas pessoais. Antes de tudo, e o
dístico do nosso blog explicita muito bem isto, o blog é contra o excesso de
governo em qualquer coisa que não seja saúde, educação, segurança e transportes
de massa. Socialismo moderno se faz através da universalização destas coisas,
pois dá igualdade a todos.
Feitos os devidos
esclarecimentos, vamos lá. Hoje (25.01.13), li no Globo (está na edição escrita
e on line) que o Governo Federal está
pensando em fazer uma cisão na Eletrobrás, separando-a em 3 empresas, voltadas
à Geração, Transmissão e Distribuição.
Olhei e não acreditei. Ué? Mas
não era isto que o governo de plantão, em 1998, queria fazer? E mais ainda, naquela
época não iriam ser privatizadas a distribuição e a geração, ficando com o
sistema Eletrobras a transmissão?
Na época, a oposição visceral
do partido de oposição barrou e hoje, no poder, vão fazer praticamente a mesma
coisa. A reportagem não fala ainda em privatização, mas para que fazer uma fazer
cisão se não existir uma justificativa puramente financeira e estratégica?
Escrevo isto para apontar as
incongruências existentes e para mostrar que quando se ideologiza assuntos
eminentemente técnicos, as confusões, mais cedo ou mais tarde, aparecem.
Com a última mudança nas
regras de tarifas e concessões do setor elétrico, caíram os valores das
empresas do setor, estatais inclusive, e todo o setor perdeu capacidade de
investimento, em um momento que a eletricidade se tornou um dos calcanhares de
Aquiles do desenvolvimento. Desta forma, retirar governo de atividades de
produção de energia, é atitude, no mínimo, sensata.
A atividade do governo no
setor elétrico, e em outros de serviços, tem que ser eminentemente regulatória,
com o fortalecimento técnico (e não político) das agências reguladoras (no caso
da eletricidade, a ANEEL).
Vamos aguardar mais notícias e
ver se este movimento não vai organizar mais um monstrengo estatal, com
confusão societária.
Mas, se a coisa andar na
direção que esperamos, vemos que o País perdeu 15 anos, num setor que, desde
fins dos anos 80, vem enfrentando graves problemas.
Só como curiosidade, e um
pouco de conhecimento técnico não machuca ninguém. Um parque eólico de 150 Mw
leva cerca de 2 anos e meio para ser implantado. Uma térmica à gás com mesma
capacidade leva cerca de 18 meses para ser construída. Uma hidrelétrica com
mesma capacidade e à fio d’água (sem grandes reservatórios e barragens) leva
cerca de 3 anos para ser construída. Ou
seja, o tempo que se perde neste setor é assunto importante.
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