sexta-feira, 29 de março de 2013

TAXIS CARIOCAS – BANDALHA CONSTANTE


Abro o jornal nesta sexta feira de feriado, e vejo que mais uma vez a Prefeitura do Rio vai tentar mais uma vez organizar o trabalho dos táxis na Rodoviária Novo Rio.
Eu mais uma vez fico pasmo, pois o pessoal da Prefeitura deveria pesquisar o que acontece em outras cidades. Aliás, este assunto de táxis vai render alguns escritos neste blog e, vou de cara citar duas cidades onde coisas interessantes sobre a organização de táxis acontecem ou aconteceram. Nova Iorque e Barcelona.
Táxi pirata, ao contrário do que alguns pensam, não é invenção nossa. Tem em todos os locais, uns mais outros menos. Em Nova Iorque eram uma praga, pois a cidade, desde os anos 80 do século passado, fez um esforço danado para atrair turistas e os táxis piratas eram um perturbador deste esforço. Nos anos 90, a Prefeitura nova-iorquina colocou nos táxis oficiais, um identificador de aço inox, numerado, medindo uns 30 centímetros de diâmetro, e pregado no capô, no lado direito. Diminuíram os piratas? Um pouco, mas logo apareceram os clones do treco – devia dar um trabalho danado falsificar o treco, pois o negócio, além dos 30 cm de diâmetro, tinha uns 5 centímetros de espessura. Aço puro.
Mas o que Nova Iorque fez há 2 anos atrás?  Juntou várias coisas em uma solução engenhosa. Padronizou os táxis da cidade, através de um só modelo. Além disto, teria que ser multi combustível, com baixos padrões de poluição.
A ideia de padronizar os táxis não era nova em Nova Iorque, pois nos anos 50 e 60, todos os taxis da cidade eram da marca Checkers Motors. E, em Londres, os táxis também são padronizados, e hoje são dois modelos (ITC e Mercedes)
Fizeram um concurso, onde concorreram diversos fabricantes. Na rodada final sobraram um fabricante turco (?!?!), a Ford e a Nissan. E os nova-iorquinos também podiam votar e concorriam a um ano grátis de viagens de táxis. Ganhou a Nissan, com um carro multi combustível (gasolina, álcool e gás) e com um acordo para trocar a motorização dos carros a partir de 2019, para um motor elétrico.
O interessante é que os carros terão financiamento para os taxistas e, só compra o mesmo, quem tiver licença de taxista. Ou seja, carro diferente será carro pirata. Os piratas terão que mudar de cidade.
Ou seja, Nova Iorque terá táxi com pouca poluição, e a partir de 2020, sem poluição nenhuma.
E curiosidade interessante. A exemplo de Londres, na especificação dos carros foi privilegiada a acessibilidade, fator interessante para sociedades com envelhecimento progressivo.
Quando se quer realmente resolver problemas, soluções interessantes e inteligentes surgem, e não existe vergonha em se copiar o que é bom.

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