Abro o jornal nesta sexta
feira de feriado, e vejo que mais uma vez a Prefeitura do Rio vai tentar mais
uma vez organizar o trabalho dos táxis na Rodoviária Novo Rio.
Eu mais uma vez fico pasmo,
pois o pessoal da Prefeitura deveria pesquisar o que acontece em outras
cidades. Aliás, este assunto de táxis vai render alguns escritos neste blog e,
vou de cara citar duas cidades onde coisas interessantes sobre a organização de
táxis acontecem ou aconteceram. Nova Iorque e Barcelona.
Táxi pirata, ao contrário do
que alguns pensam, não é invenção nossa. Tem em todos os locais, uns mais
outros menos. Em Nova Iorque eram uma praga, pois a cidade, desde os anos 80 do
século passado, fez um esforço danado para atrair turistas e os táxis piratas
eram um perturbador deste esforço. Nos anos 90, a Prefeitura nova-iorquina
colocou nos táxis oficiais, um identificador de aço inox, numerado, medindo uns
30 centímetros de diâmetro, e pregado no capô, no lado direito. Diminuíram os
piratas? Um pouco, mas logo apareceram os clones do treco – devia dar um
trabalho danado falsificar o treco, pois o negócio, além dos 30 cm de diâmetro,
tinha uns 5 centímetros de espessura. Aço puro.
Mas o que Nova Iorque fez há 2
anos atrás? Juntou várias coisas em uma
solução engenhosa. Padronizou os táxis da cidade, através de um só modelo. Além
disto, teria que ser multi combustível, com baixos padrões de poluição.
A ideia de padronizar os táxis
não era nova em Nova Iorque, pois nos anos 50 e 60, todos os taxis da cidade
eram da marca Checkers Motors. E, em Londres, os táxis também são padronizados,
e hoje são dois modelos (ITC e Mercedes)
Fizeram um concurso, onde
concorreram diversos fabricantes. Na rodada final sobraram um fabricante turco
(?!?!), a Ford e a Nissan. E os nova-iorquinos também podiam votar e concorriam
a um ano grátis de viagens de táxis. Ganhou a Nissan, com um carro multi combustível
(gasolina, álcool e gás) e com um acordo para trocar a motorização dos carros a
partir de 2019, para um motor elétrico.
O interessante é que os carros
terão financiamento para os taxistas e, só compra o mesmo, quem tiver licença
de taxista. Ou seja, carro diferente será carro pirata. Os piratas terão que
mudar de cidade.
Ou seja, Nova Iorque terá táxi
com pouca poluição, e a partir de 2020, sem poluição nenhuma.
E curiosidade interessante. A
exemplo de Londres, na especificação dos carros foi privilegiada a
acessibilidade, fator interessante para sociedades com envelhecimento
progressivo.
Quando se quer realmente resolver problemas, soluções
interessantes e inteligentes surgem, e não existe vergonha em se copiar o que é
bom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário