De
novo, vamos falar sobre a “terceirização” que os governos fazem, transferindo
responsabilidades que deveriam ser suas para os cidadãos pagadores de impostos.
Afinal pagamos impostos para que os governos assumam diversas atividades, tais
como segurança, saúde pública, educação básica e transportes de massa.
Mas,
vez por outra e nem nos damos conta, estamos assumindo coisas que deveriam ser
assumidas pelos governos. Vide recentemente, depois do incêndio da casa de
shows em Santa Maria, que diversas autoridades dão entrevistas dizendo que os
consumidores deveriam fiscalizar os locais onde vão. A função de fiscalização,
ora bolas, é dos governos. O máximo que o cidadão pode fazer é, indo a um
restaurante, por exemplo e consome uma comida supostamente estragada (e só vai
saber no dia seguinte...), telefone para a Vigilância Sanitária. Mas não é
obrigação de um frequentador de restaurante adentrar cozinhas e ver se a comida
é boa ou não. Ou se a casa é segura ou não. Pagamos impostos para que o Estado
(o poder público) faça isto.
E,
em função disto, escrevo este comentário. Há cerca de 5 anos atrás, e vou ter
que repetir isto este mês, venceu minha carteira de motorista. Paguei as taxas,
fiz o exame de vista e tinha que fazer uma prova. Êpa! Já não tinha feito prova
quando tirei a primeira carteira? Explicaram-me que, como a minha carteira era
das antigas, teria que fazer uma prova escrita, por conta do novo Código de
Trânsito e a pessoa do DETRAN me falou que no site deles tinham várias
perguntas e eu poderia fazer uma prova “de teste” via internet. Que bom, pensei, e que avanço!
Vou
para o meu computador, entro no site e começo a fazer o teste virtual. Avanço? Espantei-me
com as perguntas, pois parecia que eu estava fazendo um teste de candidato a
emprego em um “call center” ou para ser paramédico. Pergunta sobre trânsito,
nada, nadinha, ou sendo benevolente, quase nada. Depois reclama-se que a
quantidade de maus motoristas é enorme. É claro, temos aos volantes milhares de
paramédicos e atendentes de call centers. E em um país de grande quantidade de
analfabetos funcionais, como é que fazem esta prova? (isto é assunto para
próximo post)
Isto
me leva a uma conclusão, que alguns podem dizer que é forçada, mas que o estado
brasileiro aos poucos vai “terceirizando” seus serviços a quem o sustenta, ou
seja nós, o povo. Quem teria que ter serviços de emergência que funcionassem
seriam o Estado e seus concessionários, e não nós que pagamos os impostos e
tarifas para isto.
Tenho
pelo menos um exemplo para citar. Há cerca de uns 4 anos atrás, saltava de um
táxi na Av. Nilo Peçanha, centro do Rio, e perto de meu escritório. Vejo no táxi
da frente, também parando, que um senhor muito velho abre a porta do táxi,
cambaleia e cai de cara no chão, desacordado. Cai no meio da rua, carros e ônibus
passando a centímetros da cabeça dele. Eu e mais um bolo de passantes fechamos
a rua e começa o drama. “Qual o telefone
do SAMU?”, “Liga pro SAMU”!” e depois de inúmeras sugestões de 19qualquer coisa
(pelo menos seriam 10 tentativas...três dígitos), consigo falar com a atendente
do call center do SAMU. Descrevo o fato, dou o endereço e a resposta: “Isto
fica aonde?”, Respondo: “Centro do Rio de Janeiro (já meio fulo de raiva)”.
“Mas é perto daonde?”. “Pombas, fala logo
com o cara da ambulância que o cara sabe onde é!!!”
Esta
é a qualidade do serviço e em plena era do GPS, basta passar o endereço para o
motorista da ambulância que o GPS da mesma (se tiver, né?) leva o sujeito ao
local.
E
também, vez por outra lemos em jornais ou vemos na TV coisas do tipo: “Criança
de 5 anos, nos EUA, salva o pai, que
enfartava em casa”. O que se aprende em qualquer colégio dos EUA, Reino Unido,
etc é o telefone geral de emergências. Nos EUA inteiro é 911. Passou mal? 911.
As crianças aprendem isto em escola, ou seja, teu pai, tua mãe, teu coleguinha
passou mal? Ligue para o 911.
Ou
seja: Está sendo assaltado? 911. Está pegando fogo? 911. Briga na rua? 911. A
conclusão é que: não é você, pagador de
imposto, que tem que decorar um catálogo telefônico. O serviço ouve a
tua emergência e encaminha a tua emergência para que o serviço público
competente a resolva. E, sem piadinhas, não te transfere para outro atendente
do serviço correspondente. Eles, internamente, é que fazem isto.
Quando
é que será que nas macro regiões de cidades aqui no Brasil terão algo igual? Um
único número para discarmos em caso de emergências? E não um catálogo
telefônico a decorar para fazermos prova no Detran?
E vamos
ao Serviço Blog da Infra ao pagador de imposto.
Se
você estiver no exterior e se estiver em alguma emergência, seguem telefones de
emergência de alguns países:
Reino
Unido – 999
Irlanda
- 999
EUA
– 911
Canadá
– 911
Caribe
(de língua inglesa: Bermudas, Bahamas, Cayman, Jamaica) – 911
Toda
União Europeia – 112 (e tem atendente que fala inglês) – em alguns países, tipo
a Bélgica, existem telefones diferentes para polícia (101) e ambulância e
bombeiros (100), mas o 112 te redireciona, se necessário.
Uruguai
e Argentina (Grande Buenos Aires) – 911
México
– 911 (só celulares)
Austrália
– 000
Nova
Zelândia – 111
Boa viagem a você que vai para
países que respeitam seus cidadãos.
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