domingo, 17 de fevereiro de 2013

TURISMO E A INFRA DO DIA A DIA


Li no Globo de 5a feira passada (14.02.2013) uma reportagem  sobre uma pesquisa efetuada pela Fundação Cesgranrio e uma consultoria em turismo (http://www.bayardboiteux.com.br/2011/?p=1663).

A reportagem era sobre a percepção dos turistas internacionais sobre o Carnaval do Rio. Olhando os dados apresentados no site do professor Bayard Boiteux, coordenador da pesquisa, observei três coisas interessantes:

- o turista estrangeiro aprova com bons indicadores a alegria e hospitalidade da população, bem como o Carnaval de rua – fatores que independem do poder público;
 - o turista desaprova limpeza da cidade, os táxis, a sinalização turística e os terminais de chegada (porto e aeroporto), fatores totalmente dependentes de ação do poder público;
- 62% vieram por conta própria (não vieram em pacotes), 75% vieram ao Rio pela primeira vez e 84% retornariam ao Rio.

Foram pesquisados 1.200 turistas nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra, Centro, Flamengo e Santa Teresa, locais reconhecidamente de grande afluxo de turistas.

Um fator a ser observado é que a maior parte veio “com a cara e a coragem” e pela primeira vez, ou seja, são pessoas que necessitam de um maior apoio de informações turísticas, boa sinalização, bom sistema de transportes públicos (metrô, ônibus e táxis), bons terminais de chegada, etc

A mesma pesquisa coloca como ponto positivo o policiamento nos locais turísticos (65% dos pesquisados foram ao Sambódromo), o que comprova que as nossas autoridades agiram bem, mas pontualmente. É óbvio que o Sambódromo em dia de desfile tem que ser muito bem policiado – muita gente em um período de tempo e local determinados.

A pesquisa também coloca como fator de desaprovação o preço das diárias dos hotéis. É um fato que independe de poder público. Funciona a lei de oferta e procura, e por informações de amigos da rede hoteleira, alguns hotéis trabalharam com taxa de ocupação de 95 %, o que significa ocupação total. Os hotéis sempre deixam de reserva (nestes períodos de grande afluxos de hóspedes) alguns quartos, por conta de imprevistos tais como vazamentos, defeitos em ar condicionado, etc

O que concluo, superficialmente e sem maiores detalhes da pesquisa, é que o poder público no Brasil não trabalha no longo prazo, e sim pontualmente. E, por conta disto, nossa infra estrutura do dia a dia, coisas como serviços de táxis, sinalização viária, terminais viários, limpeza urbana, carecem de qualidade. Isto ainda é mais grave, em uma cidade que pretende disputar o fluxo de turistas com outros locais do mundo. E temos pela frente Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas.

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