Li no Globo de 5a feira passada (14.02.2013) uma
reportagem sobre uma pesquisa efetuada
pela Fundação Cesgranrio e uma consultoria em turismo (http://www.bayardboiteux.com.br/2011/?p=1663).
A reportagem era sobre a percepção dos turistas internacionais
sobre o Carnaval do Rio. Olhando os dados apresentados no site do professor
Bayard Boiteux, coordenador da pesquisa, observei três coisas interessantes:
- o
turista estrangeiro aprova com bons indicadores a alegria e hospitalidade da
população, bem como o Carnaval de rua – fatores que independem do poder
público;
- o turista desaprova limpeza da cidade, os
táxis, a sinalização turística e os terminais de chegada (porto e aeroporto),
fatores totalmente dependentes de ação do poder público;
- 62%
vieram por conta própria (não vieram em pacotes), 75% vieram ao Rio pela
primeira vez e 84% retornariam ao Rio.
Foram
pesquisados 1.200 turistas nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra,
Centro, Flamengo e Santa Teresa, locais reconhecidamente de grande afluxo de
turistas.
Um fator
a ser observado é que a maior parte veio “com a cara e a coragem” e pela
primeira vez, ou seja, são pessoas que necessitam de um maior apoio de
informações turísticas, boa sinalização, bom sistema de transportes públicos
(metrô, ônibus e táxis), bons terminais de chegada, etc
A mesma
pesquisa coloca como ponto positivo o policiamento nos locais turísticos (65%
dos pesquisados foram ao Sambódromo), o que comprova que as nossas autoridades
agiram bem, mas pontualmente. É óbvio que o Sambódromo em dia de desfile tem
que ser muito bem policiado – muita gente em um período de tempo e local
determinados.
A
pesquisa também coloca como fator de desaprovação o preço das diárias dos
hotéis. É um fato que independe de poder público. Funciona a lei de oferta e
procura, e por informações de amigos da rede hoteleira, alguns hotéis
trabalharam com taxa de ocupação de 95 %, o que significa ocupação total. Os
hotéis sempre deixam de reserva (nestes períodos de grande afluxos de hóspedes)
alguns quartos, por conta de imprevistos tais como vazamentos, defeitos em ar
condicionado, etc
O que
concluo, superficialmente e sem maiores detalhes da pesquisa, é que o poder
público no Brasil não trabalha no longo prazo, e sim pontualmente. E, por conta
disto, nossa infra estrutura do dia a dia, coisas como serviços de táxis,
sinalização viária, terminais viários, limpeza urbana, carecem de qualidade.
Isto ainda é mais grave, em uma cidade que pretende disputar o fluxo de
turistas com outros locais do mundo. E temos pela frente Copa do Mundo de
Futebol e Olimpíadas.
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