Desculpem pela ausência, mas
um acidente com Dona Patroa complicou um pouco as coisas aqui em casa. E até
este acidente vai ajudar com um comentário dela sobre o esporte.
Ela tomou um tombo treinando
para uma corrida de 5 km e quebrou o braço. Dois meses parada com os
exercícios.
E como eu ia completar o post anterior com o que agora escrevo, acho
que são complementares.
O esporte, para a Patroa e eu,
foram e são importantes para mantermos a sanidade mental de nosso dia a dia.
Nos anos 80 e 90, fomos corredores ávidos e eu, além das corridas, fui ciclista
federado, tendo competido nas primeiras provas de mountain bike aqui do Rio.
Os acidentes com ciclistas e
ônibus geraram uma série de comentários em jornais, blogs e vi que alguns
procedem e outros são feitos com total desconhecimento de esporte, e
principalmente ciclismo.
Os ciclistas podem ser
divididos em 3 categorias gerais:
·
Os esportistas e
mantenedores de saúde;
·
Os de
deslocamento para trabalho e escola;
·
Os “domigueiros”.
Os primeiros são fáceis de
identificar, pois estão devidamente paramentados com bermudas próprias, luvas,
capacetes e óculos de policarbonato. E se repararem nas bicicletas, algumas são
bem estranhas e todas equipadas. São figuras fáceis se vocês madrugarem, pois
estão nas ruas a partir das 4:00. E somem das ruas entre 6:00 e 7:00. Andam
normalmente em grupos, e são figuras típicas da Zona Sul e da Barra da Tijuca,
no Rio de Janeiro.
Os do segundo tipo são
facilmente encontrados na Zona Oeste do Rio e em áreas rurais do Município.
Bicicletas mais simples e andam sem capacete.
Os do terceiro tipo, só são
vistos, em sua maioria, nos fins de semana e feriados, andam nas ciclovias,
alguns carregam filhos em cadeirinhas (perigosíssimas), e a bicicleta é vista
como um brinquedo. Reinam nas ciclovias do Rio.
A Prefeitura do Rio criou uma
área de treino para os ciclistas esportistas no Aterro do Flamengo, que fica
fechado ao trânsito das 4:00 às 5:30. Em uma hora de treino, a turma consegue
fazer uns 30 km e é um bom treino diário. Li muitas reclamações em jornais, com
pessoas criticando a medida. Mas acho isto uma bobeira, já que o Aterro neste horário
é quase zero de trânsito e existem rotas alternativas entre o Centro e a Zona Sul,
principalmente pelas pistas internas do Flamengo. Palmas para a Prefeitura do
Rio.
Outros comentários que li
falavam do fato da má educação dos ciclistas. Vou falar por mim.
Quem treina para manter saúde ou competir, a última coisa que quer é ficar
parado por contusão ou por um acidente. Este comentário foi da Dona Patroa que
está reclamando por ficar 60 dias parada sem suas corridas. Nos anos 90, fui
atropelado (uma correndo e outra pedalando) e por conta do atropelamento na bicicleta
fiquei com a mão quebrada parado por 40 dias. E retornar do zero é um horror. Ou seja, o ciclista de competição, em sua maior parte, é o cara mais
respeitador de leis de trânsito, de pedestres, de carros, etc, pois a última
coisa que quer é se envolver em acidente. Pelo tempo que fica parado e pelo
prejuízo que tem, pois quanto mais grana tem, mais caro é o seu equipamento.
Algumas bicicletas custam o mesmo que um carro popular.
Se você está atravessando uma
rua ou está ao volante de um carro, respeite o ciclista. Diminua ou não cruze
na frente do mesmo, achando que ele vai frear. Ele pode até tentar, mas andando
a 40 km/h em uma bicicleta, frear bruscamente significa ir ao chão, e ¡as vezes
ser atropelado ou atropelar um pedestre.
Boa convivência no trânsito a
todos.